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Tratamentos

Bexiga Neurogênica


A bexiga neurogênica é a perda da função normal da bexiga, provocada pela lesão de uma parte do sistema nervoso. Qualquer doença ou lesão neurológica pode levar a disfunções de bexiga. A bexiga neurogênica pode ser hipoativa, quando o órgão é incapaz de contrair e esvaziar adequadamente, ou pode ser hiperativa, esvaziando por reflexos incontroláveis.

Nas crianças, a causa mais comum de bexiga neurogênica é um defeito congênito da medula espinhal, denominado de espinha bífida ou mielomeningocele (protrusão da medula espinhal através das vértebras).

Os sintomas variam de acordo com o padrão de disfunção da bexiga. Bexigas hipoativas geralmente se apresentam com dificuldade de esvaziamento, dificuldade de urinar, resíduo urinário elevado e infecções urinárias.

É possível, ao examinar-se o abdômen dessas crianças, verificar-se uma bexiga volumosa no abdômen inferior. Os estudos radiográficos utilizando contraste diretamente na bexiga (cistografia) e na uretra (uretrografia) fornecem informações adicionais. As radiografias podem revelar o tamanho dos ureteres e da bexiga e, possivelmente, cálculos e lesões renais. A ultrassonografia fornece informações similares e permitem avaliar os rins e, algumas vezes, os ureteres. A cistoscopia é um procedimento que permite a observação direta do interior da bexiga por meio de um endoscópio específico (cistoscópio).

Enurese Noturna


O problema urinário mais comum em crianças é chamado de enurese. Trata-se da perda urinária que ocorre durante o sono.

Normalmente, o controle miccional da criança se completa antes dos cinco anos de idade. Nesta fase, 85% das crianças já conseguem ter controle total de suas micções, tanto no período diurno quanto no noturno. Aquelas que persistem com perda urinária a partir dessa idade são consideradas portadoras de enurese. A enurese pode ocorrer como fenômeno isolado ou pode vir acompanhada de sintomas diurnos, como frequência urinária elevada, perdas e infecções urinárias. Essa diferenciação é importante no sentido de se dirigir adequadamente o tratamento.

Uma avaliação clínica básica, constituída por entrevista, exame físico e alguns exames mais simples, é suficiente para que o especialista possa fazer o diagnóstico e proceder com o tratamento inicial.

Existem crianças em que o controle urinário ocorre normalmente, mas, num momento posterior, há o reaparecimento das perdas noturnas. Essa situação é denominada de enurese secundária e muitas vezes decorre de problemas emocionais ou psicológicos. Em qualquer um dos dois casos, a enurese é um problema que tem tratamento e se resolve em quase todos os casos. Uma conduta adequada de pais e médicos ajuda a resolver a questão sem deixar sequelas que possam produzir distúrbios urinários futuros.

Infecção Urinária


A Infecção do Trato Urinário (ITU) é causada por agentes infecciosos. Dentre esses agentes, que podem ser bactérias, fungos ou vírus, os mais frequentes são bactérias de origem intestinal. Essas bactérias chegam à bexiga, geralmente, por via uretral (ou ascendente), por meio do meato uretral externo e uretra. A bactéria mais frequente na ITU é a escherichia coli, que faz parte da flora intestinal normal.

Em geral, as infecções urinárias provocam sintomas característicos como dor ao urinar, frequência miccional, urina turva e, algumas vezes, febre. Na criança, entretanto, os sintomas são vagos e de difícil avaliação e o diagnóstico dependerá da realização de exames de urina no momento em que o pediatra suspeitar de ITU.

A infecção urinária na criança deve ser tratada rapidamente e é considerada como um sinal de eventuais problemas no trato urinário. Por essa razão, toda criança que apresentar infecção urinária deve ser investigada com exames de imagem para verificar anormalidades e malformações urológicas. É comum a situação em que os quadros de ITU se devem a refluxo vesicoureteral ou a estreitamentos congênitos dos ureteres.

Os rins da criança são bastante sensíveis à infecção e podem sofrer danos permanentes quando não tratados adequadamente.