Andropausa
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Aumento da Próstata
Por razões ainda pouco conhecidas, a próstata do homem adulto com mais de 40 anos apresenta uma tendência em aumentar de volume. Esse processo, denominado Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), é bastante variável e não tem relação com qualquer fator até hoje investigado, como alimentação, fumo, influências genéticas, hábitos, sexuais, etc. No entanto, sabe-se que não ocorre no homem jovem e que está relacionado com o hormônio masculino, a testosterona. Por estar situada logo abaixo da bexiga, envolvendo a uretra, o aumento da próstata provoca sintomas miccionais decorrentes da obstrução ao fluxo urinário e dificuldade de esvaziamento da bexiga.
Existem algumas formas de tratar a HPB que incluem medicamentos, cirurgias convencionais, cirurgias endoscópicas e procedimentos minimamente invasivos. Os medicamentos mais utilizados são os alfa-bloqueadores e os bloqueadores hormonais. Os alfa-bloqueadores promovem relaxamento do tônus da uretra prostática facilitando a micção. Os bloqueadores hormonais (finasterida e dutasterida) por sua vez, provocam redução parcial do volume prostático e tendem a melhorar os sintomas miccionais.
Os tratamentos cirúrgicos envolvem a retirada do tecido prostático hiperplasiado ou crescido. Esses procedimentos podem ser feitos através de uma cirurgia clássica, que envolve uma incisão abdominal, ou com o uso de equipamentos endoscópicos específicos. A cirurgia endoscópica é denominada Ressecção Endoscópica da Próstata e é realizada através da uretra sem a necessidade de incisões cirúrgicas. É menos agressiva e permite um pós-operatório menos doloroso e uma recuperação mais rápida.
Recentemente, foram desenvolvidos novos métodos de tratamento minimamente invasivos, com o uso de laser. Essa forma de tratamento é ainda menos agressiva, provoca menor sangramento e pode ser realizada em regime ambulatorial (Day-hospital).
Bexiga Hiperativa
A bexiga hiperativa é uma alteração funcional da bexiga, caracterizada por aumento da frequência urinária (polaciúria), sensação de urgência miccional, necessidade de levantar à noite para urinar (noctúria) ou mesmo perdas urinárias por urgência.
Em pessoas normais, o enchimento gradual da bexiga não se acompanha de incômodo ou sensação de premência urinária. Em portadores de bexiga hiperativa, a capacidade da bexiga de armazenar volumes crescentes de urina encontra-se prejudicada. Nessas pessoas, a bexiga contrai involuntariamente provocando a sensação de urgência urinária e até perdas urinárias.
A bexiga hiperativa acomete 17% da população adulta e esse índice aumenta com o avanço da idade.
O tratamento da bexiga hiperativa pode ser feito com uma série de medidas que incluem modificação da dieta e do comportamento miccional, uso de medicamentos, fisioterapia e cirurgias. As medidas dietéticas que podem trazer benefício para pessoas com bexiga hiperativa incluem a redução da ingestão de alimentos ou de bebidas irritantes como o chá, café e bebidas com cafeína, álcool, cítricos (bebidas e frutas), tomate e produtos à base de tomate, alimentos muito condimentados ou ácidos e adoçantes artificiais. Parar de fumar é outra recomendação útil, pois o fumo é irritante para a bexiga, além de provocar tosse, o que aumenta constantemente a pressão abdominal.
Bexiga Neurogênica
A bexiga neurogênica é a denominação geral dada às disfunções da bexiga que ocorrem em pacientes com doenças ou lesões neurológicas.
A bexiga neurogênica pode ser hipoativa, quando o órgão se torna incapaz de contrair de forma adequada, e é incapaz de esvaziar seu conteúdo normalmente. Pode também ser hiperativa, com contrações involuntárias secundárias a reflexos exagerados nos nervos que controlam a bexiga.
Geralmente, as doenças que envolvem o cérebro e as porções mais altas da medula espinhal provocam bexiga hiperativa; enquanto que as lesões da parte baixa da medula e dos nervos periféricos determinam um quadro de hipoatividade da bexiga.
Os portadores de bexiga neurogênica estão sujeitos a algumas complicações urinárias que incluem infecções, formação de cálculos (pedras) e comprometimento dos rins. As infecções urinárias e a calculose podem decorrer do aumento do volume de urina residual na bexiga e de outras alterações da estrutura vesical secundárias à própria disfunção. O comprometimento da função renal é uma complicação temível com consequências algumas vezes muito graves. A correta avaliação do comportamento vesical desses pacientes permite a identificação daqueles que apresentam maior risco e a introdução de medidas que os protejam dessa evolução.
Os pacientes com diagnóstico de bexiga neurogênica devem ter acompanhamento urológico e realizar exames periódicos que incluem ultrassonografia, culturas urinárias, avaliação da função renal e exame urodinâmico.
Câncer da Próstata
O câncer da próstata é um dos tumores malignos mais frequentes no sexo masculino. Da mesma forma que o aumento da próstata ocorre em homens maduros, sua incidência aumenta com o avanço da idade. Sua causa é desconhecida, mas se sabe que tem um importante componente hereditário. Filhos e irmãos de pessoas com a enfermidade têm maior tendência a desenvolver a doença. Outros fatores possivelmente relacionados ao surgimento deste câncer envolvem questões alimentares e ambientais. Comprovou-se, por exemplo, que ocorre mais frequentemente em ocidentais do que em orientais e mais em negros do que em brancos.
O diagnóstico definitivo só é possível com a biópsia da glândula e a análise do tecido prostático por um patologista. A biópsia só é realizada em indivíduos nos quais exista uma forte suspeita da presença do tumor, ou seja, quando um nódulo prostático é detectado no toque retal ou quando há elevação do PSA (antígeno prostático específico). Essa substância é uma proteína produzida pelo tecido prostático que pode ser dosada no sangue e funciona como um “marcador” de doenças da próstata. Essa é uma das razões pelas quais todo homem deve se submeter periodicamente ao toque retal e à dosagem do PSA.
Depois de diagnosticado, é necessário avaliar a extensão do tumor e a escolha do tratamento. Tumores prostáticos restritos à glândula são passíveis de cura com cirurgia (prostatectomia radical) ou radioterapia. Nos casos de câncer, a cirurgia envolve a retirada integral da próstata, das vesículas seminais e dos gânglios linfáticos pélvicos. A radioterapia também é um método eficaz e pode ser realizada com radiação externa (método tradicional) ou com implante de sementes radioativas no interior da glândula. Esses tratamentos envolvem o risco de algumas complicações, que incluem disfunção erétil e a incontinência urinária.
Recentemente surgiu uma nova técnica cirúrgica que usa a abordagem laparoscópica acoplada a um robô. A vantagem do uso do robô na prostatectomia radical é a menor agressividade cirúrgica e menor sangramento operatório. Outra forma de tratamento envolve o uso de medicamentos que reduzem ou bloqueiam a testosterona. São mais úteis nos casos em que o tumor prostático não está restrito somente à glândula (pacientes com tumores que se estendem para a vizinhança da próstata ou com metástases à distância).
Câncer de Bexiga
É o segundo tumor urológico mais frequente, sendo o quarto tumor maligno mais comum nos homens e o nono nas mulheres. São tumores relacionados ao tabagismo e à exposição a substâncias presentes em corantes e produtos químicos. Trata-se de uma neoplasia que, em 90% dos casos, surge a partir da mucosa, ou seja, do urotélio vesical. Também chamado de carcinoma transicional de bexiga, constitui 6,2% de todos os tumores malignos.
Várias substâncias estão associadas ao surgimento do tumor vesical. Dentre elas, as mais importantes são o fumo e as aminas aromáticas (encontradas na indústria de tintas, couro, borracha, etc.). Vários estudos epidemiológicos suportam a relação entre essas substâncias e o câncer de bexiga. Outras substâncias não conseguiram exibir uma relação mais estreita, mas continuam sob suspeita: cafeína, adoçantes artificiais e os metabólitos do triptofano.
O tumor pode ser completamente assintomático. Quando existem sintomas, a manifestação mais comum é a presença de hematúria (sangue na urina). Alguns pacientes apresentam manifestações urinárias como ardência miccional, aumento na frequência urinária e dor na bexiga (25% dos casos).
Uma vez levantada a suspeita de tumor, é necessário realizar exames de imagem para comprovar o diagnóstico e avaliar-se a extensão do tumor. A uretrocistoscopia com biópsia faz o diagnóstico definitivo de tumor e permite a avaliação de suas características microscópicas que refletem o comportamento biológico como agressividade e potencial de disseminação.
O tratamento inicial para todos os pacientes com câncer de bexiga é a ressecção endoscópica do tumor, cuja finalidade é a retirada total do tumor. A análise do material retirado por um patologista permitirá a avaliação final do tumor em termos de profundidade e a eventual necessidade de tratamentos complementares. A bexiga possui várias camadas: mucosa, submucosa, camada muscular superficial e profunda e tecido adiposo perivesical. De acordo com a penetração nessas camadas, é que os tumores vesicais são classificados em superficiais ou profundos. Os tumores que se aprofundam na parede vesical muitas vezes exigem a retirada total da bexiga.
Câncer de Rim
Os tumores renais são classificados em sólidos ou císticos. Os tumores sólidos podem ser benignos ou malignos. O tumor benigno mais comum do rim é o angiomiolipoma, cujo diagnóstico é comprovado pela presença de gordura no interior do nódulo. Os tumores sólidos sem presença de gordura são, em 90% dos casos, carcinomas renais (tumor renal maligno).
As tumorações císticas de rim, por sua vez, se caracterizam pela presença de líquido em seu interior e são facilmente identificadas em exames de imagem.
As causa do câncer renal ainda não são totalmente conhecidas. Estudos apontam para o cigarro como um importante fator de risco. Outro fator que pode desencadear seu início é o contato com materiais utilizados em indústrias, como o cádmio, asbestos, chumbo e hidrocarbonetos aromáticos. Pacientes com insuficiência renal crônica, que fazem hemodiálise, costumam desenvolvem lesões que podem dar origem ao câncer renal.
A ocorrência de câncer renal é maior em pessoas de meia idade e, geralmente, afeta apenas um dos rins.
Na fase inicial, o câncer de rim não costuma apresentar sintomas. Geralmente, sangue na urina é um dos primeiros sinais que acusam a presença do câncer renal.
Grande parte dos tumores renais é diagnosticada por acaso em exames de imagem realizados por outras razões, como dor abdominal, check-up etc. É o que os médicos chamam de “achado incidental”. Quando diagnosticado precocemente, o câncer renal tem grandes chances de cura.
A remoção cirúrgica do rim costuma ser o tratamento de escolha para os tumores localizados, restritos ao rim. Quando o tumor já invadiu outros órgãos, a conduta costuma ser a cirurgia conservadora, o que significa remover apenas o tumor, preservando o rim. O tratamento com quimioterapia não tem apresentado resultados satisfatórios. Entretanto, novas drogas, mais eficazes para combater o tumor renal, vêm sendo pesquisadas no mundo todo. A radioterapia tem sido a melhor alternativa para controlar a dor e a extensão da doença em tumores renais avançados e/ou metastáticos.
DAEM
Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino (DAEM), também conhecido como andropausa ou menopausa masculina, é a síndrome que decorre do declínio nos níveis dos hormônios masculinos (testosterona). Estudos mostram que a queda dos níveis de hormônios masculinos pode levar a alterações da função sexual, osteoporose, perda da força muscular, depressão e diminuição da qualidade de vida.
No homem, a diminuição na produção de hormônios ocorre de maneira lenta e gradual, a partir dos 40 anos, diferentemente da mulher, onde a queda é abrupta e culmina com a menopausa. A redução dos níveis de testosterona também pode ocorrer com a obesidade, estresse, diabetes, AIDS ou ser decorrente do uso de determinadas medicações, como diuréticos, corticóides e remédios para câncer de próstata. Hábitos como o alcoolismo também podem influenciar negativamente na função hormonal masculina.
O tratamento é feito com a reposição hormonal da testosterona, sendo mais usadas as formas injetáveis e transdérmicas (adesivos ou gel). Há contraindicações para reposição hormonal em pacientes com câncer de próstata e;ou obstrução prostática. O diagnóstico da DAEM é feito com base na presença de sintomas e na comprovação do baixo nível hormonal nas dosagens sanguíneas. É necessária cautela para não se atribuir à falta de hormônio sintomas gerados pelo envelhecimento, por doenças orgânicas ou mesmo psicológicas que podem ocorrer na mesma faixa etária.
Disfunção Erétil
É a dificuldade do homem para ter ou manter uma ereção suficiente para a relação sexual. A famosa impotência sexual, um problema que pode ocorrer em homens de todas as idades. É um problema bastante comum e estudos brasileiros comprovaram que cercas de 50% dos homens brasileiros têm alguma queixa de disfunção erétil.
As causas do problema podem ser psicológicas e físicas. Em 70% dos pacientes jovens e em 35% dos mais velhos, a impotência é causada por problemas psicológicos. Depressão e ansiedade são os exemplos mais comuns, porque afetam os mecanismos neurológicos responsáveis pela ereção. Já as causas físicas podem estar relacionadas com o sistema vascular, hormonal ou neurológico. As situações orgânicas mais comumente responsáveis por disfunção erétil são o diabetes, o hábito de fumar e o uso de drogas ou medicamentos.
Existem várias formas de tratamento que incluem a psicoterapia, reposição hormonal e medicamentos. Os medicamentos específicos podem ser utilizados por via oral (inibidores da fosfodiesterase 5) ou por injeção peniana (papaverina, prostaglandina etc). Em casos mais sérios, o implante de prótese peniana pode resolver o problema. Cada caso deve ser avaliado individualmente por um urologista para a escolha do melhor tratamento.
Impotência Sexual
Ver em disfunção erétil.
Incontinência Urinária
Existem várias alternativas de tratamento para portadores de incontinência urinária. Com o diagnóstico adequado, o paciente pode ser tratado com medicamentos, fisioterapia pélvica ou cirurgias. Os medicamentos são mais úteis em pacientes que apresentam bexiga hiperativa. Nesses casos, podemos utilizar medicamentos orais ou medicamentos injetados na parede da bexiga, como a toxina botulínica. Os tratamentos cirúrgicos são indicados em pessoas com deficiência esfincteriana e incluem diversas técnicas, como as faixas suburetrais (slings), as cirurgias para correção do posicionamento da bexiga (vésico-suspensões) e até o implante de um esfíncter artificial. Recentemente, iniciou-se a utilização de método sofisticado para o tratamento de bexiga hiperativa, que consiste no implante de eletrodo no nervo sacral responsável pelo controle da bexiga. Esse método é chamado de neuromodulação e se assemelha a um marca-passo cardíaco.
Para aqueles indivíduos com incontinência urinária, o primeiro passo é localizar um profissional habituado com o tratamento desse problema. O sucesso do tratamento depende de um diagnóstico adequado e da experiência do profissional em tratar essas doenças e disfunções.
Litíase Renal
A presença de pedras ou cálculos no trato urinário, em geral, é acompanhada de sintomas dolorosos. A dor característica nesses casos é chamada de cólica renal e se caracteriza por forte dor na região lombar, que pode se irradiar para outras partes do abdômen.
O diagnóstico é feito com exames de imagem que confirmam a presença do cálculo, seu tamanho e localização. O ultrassom identifica cálculos nos rins e na bexiga, mas, muitas vezes, não é capaz de identificar cálculos nos ureteres (canais que ligam os rins à bexiga). Já o raio-X de abdômen identifica cálculos com alto teor de cálcio em sua composição. O exame mais preciso é a tomografia computadorizada, que avalia todo o trato urinário e identifica cálculos em qualquer localização.
Pessoas com cálculos urinários devem sempre ser tratadas com o objetivo torná-las livres das pedras. Vejam alguns recursos utilizados:
- Dissolução química com o uso de medicamentos: possível só em cálculos de ácido úrico.
- Fragmentação extracorpórea: com o uso de equipamento específico, os cálculos podem ser “bombardeados” e fragmentados. Esse equipamento é chamado de litotridor extracorpóreo e funciona com a emissão de ondas de choque. Nesses casos, os fragmentos serão eliminados espontaneamente, por meio das vias urinárias.
- Cirurgias endoscópicas: parte dos cálculos urinários não é passível de tratamento por meio da litotripsia extracorpórea e devem ser retirados por via endoscópica. Existem endoscópios próprios para a retirada de cálculos localizados no ureter (canal que liga o rim à bexiga) e para cálculos renais. O procedimento de retirada de cálculos nos ureteres é denominado ureterolitotripsia e a cirurgia para retirada de cálculos renais é chamada de nefrolitotripsia percutânea. Nas cirurgias endoscópicas, é possível fragmentar os cálculos com o uso de laser ou outras ondas mecânicas (ultrassom e litotridor balístico).
- Cirurgias convencionais (abertas): com toda a tecnologia que se tornou disponível nos últimos anos, é raro haver necessidade de uma cirurgia aberta para retirada de cálculos.
Pedra nos Rins
Ver em litíase renal.
Prostatites
As inflamações da próstata, ou prostatites, são, na realidade, um conjunto de doenças com comportamentos diferentes.
- Prostatite aguda: é a inflamação aguda causada por bactérias específicas. Em geral, tem uma manifestação bastante sintomática, com febre alta, calafrios, dificuldade para urinar e queda do estado geral. O tratamento deve ser feito com antibióticos potentes, hidratação e analgésicos.
- Prostatite crônica: é a inflamação crônica da próstata, também causada por bactérias específicas, e se manifesta por quadros repetitivos de infecções urinárias. O tratamento também é feito com antibióticos por períodos prolongados, que visam à erradicação dessa população de bactérias do tecido prostático.
- Prostatite abacteriana: é a inflamação crônica da próstata, não relacionada à infecção bacteriana. Em geral, é assintomática e se manifesta mais frequentemente por elevação do PSA (antígeno prostático específico).
- Prostatodínia: é um quadro que não envolve obrigatoriamente um processo inflamatório ou infeccioso da próstata e se manifesta por dor pélvica e perineal.
A classificação acima foi recentemente modificada pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH), que propõe a seguinte denominação:
- Prostatite Categoria I: prostatite bacteriana aguda.
- Prostatite Categoria II: prostatite bacteriana crônica.
- Prostatite Categoria III: prostatite crônica – síndrome dolorosa pélvica crônica.
III a: inflamatória (antiga prostatite crônica abacteriana)
IIIb: não inflamatória (antiga prostatodínia)
- Prostatite Categoria IV: prostatite inflamatória assintomática
Reposição Hormonal
O hormônio sexual masculino, denominado testosterona, é responsável pelos caracteres que identificam o homem, como tom da voz, distribuição de pelos e a musculatura. A partir dos 40 anos, observa-se que os níveis de testosterona passam a declinar. As causas dessa queda podem ser a diminuição do número de células produtoras de hormônio (células de Leydig), a diminuição da testosterona biologicamente ativa ou da capacidade testicular de responder a estímulos da hipófise (LH), entre outras.
Os sinais clínicos provocados pela queda hormonal no homem podem ser muitos e vão desde depressão e nervosismo à queda de cabelo, incluindo a diminuição da autoestima, alterações do humor, irritabilidade, perda de massa muscular e do vigor físico, diminuição da densidade óssea e da libido, fadiga, perda de concentração e de memória.
Atualmente, existem diferentes formas de se administrar a terapia de reposição hormonal masculina. Pode ser realizada por via oral, intramuscular ou transdérmica (adesivos).
Variococele
A varicocele, ou varizes ao redor do testículo, é uma enfermidade que consiste na dilatação anormal das veias testiculares, principalmente após esforço físico. Essas veias fazem parte do cordão espermático. Sua dilatação pode dificultar o retorno venoso, provocando disfunção testicular e piora da qualidade do sêmen. Embora seja uma das causas da infertilidade masculina, a varicocele não provoca distúrbios de potência sexual e, em geral, é decorrente de defeito venoso congênito, aparecendo na maior parte das vezes na adolescência.
Costuma ocorrer mais do lado esquerdo do escroto e pode ser assintomática. Em alguns casos, causa dor, desconforto e pode comprometer a estética da região. O próprio paciente ou seu médico podem notar a dilatação das veias no escroto. O diagnóstico, na maioria das vezes, é feito por meio do exame físico com o paciente em pé. A comprovação do diagnóstico pode ser feita através da ultrassonografia testicular, com o uso do Doppler.
A utilização de suspensório escrotal durante as atividades físicas e alguns medicamentos por via oral ajudam a melhorar os sintomas. No entanto, se comprovada a relação da varicocele com a infertilidade, o procedimento cirúrgico é a única forma de tratamento curativo. A cirurgia é simples – pode ser realizada sob anestesia raquidiana ou peridural –, por meio de uma pequena incisão na região inguinal.
Vasectomia e Reversão
A vasectomia é um procedimento rápido, seguro e eficaz, realizado com anestesia local, em nível ambulatorial. A cirurgia consiste na interrupção do ducto deferente, responsável pelo transporte dos espermatozóides. Dessa forma, eles não chegam até a uretra e o esperma ejaculado não conterá as células reprodutoras masculinas.
O desejo sexual não é afetado pela operação, não havendo mudanças na sensação do orgasmo, no tempo para atingi-lo ou na ereção, pois a cirurgia não compromete nenhuma estrutura responsável pela função sexual. Os espermatozóides continuam sendo produzidos pelos testículos, mas não têm como atingir a uretra, sendo então absorvidos ou destruídos pelo organismo.
O procedimento cirúrgico pode ser feito por homens acima de 25 anos com pelo menos dois filhos vivos, ou nos casos onde a gravidez da parceira poderá gerar risco de vida. Esses são os requisitos legais para a vasectomia no Brasil.
Os riscos são pequenos por ser uma cirurgia relativamente simples. As complicações como hematoma, hemorragia, dor pós-operatória, inflamação do testículo e infecção são raras. A decisão de optar por esse procedimento deve ser tomada em conjunto pelo casal, que deve estar bem-orientado quanto à impossibilidade de ter novos filhos.
A cirurgia dura cerca de 30 minutos, sendo que as atividades habituais podem ser retomadas em dois dias e as relações sexuais, sem desconforto, em torno de uma semana. Após a cirurgia, deve ser realizado um espermograma para que se comprove a ausência de espermatozóides. São necessárias diversas ejaculações até que o conteúdo de espermatozóides já presentes na ampola do ducto deferente sejam eliminados. Essa informação é de extrema importância, já que há risco de gravidez após a vasectomia e a liberação para atividade sexual sem método contraceptivo deverá ocorrer apenas após espermograma negativo.
A reversão da vasectomia é possível e tem boas taxas de sucesso. A chance de resultado positivo depende do tempo entre a vasectomia e a reversão e dos cuidados técnicos para sua realização. Quanto maior esse intervalo, menor será o índice de sucesso. Estudos demonstram que o tempo considerado limite é de 10 anos. A cirurgia de recanalização dos ductos deferentes é complexa e envolve o uso de microcirurgia com instrumentos especiais e treinamento adequado da equipe. Diferentemente da vasectomia, a reversão é realizada em regime hospitalar e tem duração média de duas a três horas. Os resultados em termos de permeabilidade do canal e de gravidez giram em torno de 90% e 75%, respectivamente. Após o período de 10 anos, esses números caem drasticamente.